Por Kennedy Diógenes
Este artigo é a primeira parte, de três, da Genealogia da Família Diógenes, onde pretende reproduzir os ancestrais nascidos entre os anos de 1686 e 1870 (séculos XVII a XIX), ou seja, do Cap. Domingos Paes Botão até Napoleão Diógenes Paes Botão.
As segunda e terceira partes são, respectivamente, a genealogia dos filhos, netos e bisnetos de Napoleão Diógenes Paes Botão, e, posteriormente, uma série chamada “Biografias”, onde se fará a síntese da vida dos homens e mulheres da Família Diógenes que ajudaram a talhar o caráter e valores familiares.
Registre-se que tal tarefa somente é possível pela cooperação e disposição altruística de primos como Licurgo Nunes Quarto e Márcio Luis Diógenes.
I – A chegada de Domingos Paes Botão no Brasil.
Nos idos de 1686, os ventos do noroeste trouxeram as naus com a Missão dos Homens de São Francisco, denominada assim pelo fato de navegarem neste rio a partir de Pernambuco, e com ela, um jovem oficial oriundo de Botão, Concelho e Distrito de Coimbra, chamado de Domingos Paes Botão.
Da chegada de Domingos (sênior) até os dias atuais (de 1686 a 2010) são 324 anos de história da Família Diógenes, estimando-se em 8 (oito) Gerações, considerando-se até os netos de Napoleão Diógenes Paes Botão e Cristina Fernandes Maia.
É possível, com base nas pesquisas de Augusto Lima e Plínio Diógenes, estabelecer-se uma seqüência lógica de ascendentes que remonta ao Capitão-Mor Domingos Paes Botão (sênior), podendo haver uma ou outra discussão acerca de alguns nomes, como, por exemplo, o do patriarca da família, filho do Cap. Domingos Paes Botão (sênior), que seria Manoel Diógenes Paes Botão, na visão de Augusto Lima, ou simplesmente Diógenes Paes Botão, na visão de Plínio Diógenes.
O fato é que, após a sua chegada ao Brasil, por volta de 1686, o Capitão-Mor Domingos Paes Botão (sênior), juntamente com os irmãos José da Fonseca Ferreira e Antônio da Fonseca Ferreira, requereram uma data de ocupação de 40 léguas no Médio Jaguaribe, estabelecendo-se, Domingos (sênior), na Região de Santa Rosa, atualmente Jaguaribara/CE, o que representou o primeiro grande desafio de colonização desta região sertaneja do Ceará, pois confrontou forte resistência dos índios Tapuias.
Nessa meia-noite da colonização brasileira, os índios aguerridos e em maior número, lançavam-se, em defesa de sua terra, contra os “invasores”, forçando ao Cap. Domingos Paes Botão, após um ataque onde perdeu vários homens de sua tropa (segundo Plínio Diógenes, 11 homens), a mudar-se para o litoral, em Aquiraz/CE, onde requereu uma data de ocupação no lugar denominado Rio mal Cozinhado, atual município de Cascavel/CE, mantendo esta propriedade na mãos da família por várias gerações.
Também é fato que Domingos Paes Botão (sênior), após o deslocamento para o litoral, enveredou-se na Política, onde foi eleito Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Aquiraz, casando-se, nessa mesma época, em Pernambuco, com Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira, irmã de José da Fonseca Ferreira e Antônio da Fonseca Ferreira, sesmeiros e companheiros de Domingos e integrantes da Missão dos Homens de São Francisco, como já explicitado no artigo “O Patriarca da Família Diógenes”.
Depois de vários anos, Domingos Paes Botão e Sebastiana da Assunção resolveram retornar à Região de Santa Rosa, já pacificada, onde tiveram dois filhos “legítimos”, Genoveva Maria da Assunção e Manoel Diógenes Paes Botão, além de uma “filha exposta” (adotava, de criação ou enteada) chamada Isabel Eça.
Supõe-se que Domingos Paes Botão tenha se casado duas vezes, com duas irmãs, Maria e Sebastiana, como era de costume nos casos de viuvez, pois no registro do seu filho mais novo, (Manoel) Diógenes Paes Botão, consta, como mãe, Maria da Fonseca, e não Sebastiana, ou, simplesmente, Maria seria nome composto de Sebastiana (Sebastiana Maria da Assunção Fonseca Ferreira).
Portanto, tem-se, abaixo, uma síntese da árvore genealógica, concentrando-se na linhagem que chegou a Napoleão Diógenes Paes Botão:
II – Genealogia – de Domingos a Napoleão.
Marco inicial: Capitão-Mor Domingos Paes Botão, português natural da freguesia de Botão, Concelho e Distrito de Coimbra, foi casado com Sebastiana e/ou Maria da Assunção Fonseca Ferreira, e tiveram dois filhos: Genoveva da Assunção e Manoel Diógenes Paes Botão e uma “filha exposta”, Isabel Eça.
Os filhos de Domingos Paes Botão (sênior) e Sebastiana da Assunção:
1. Genoveva da Assunção, natural do Rio São Francisco, casou-se, possivelmente, em 1709 (data transmitida oralmente), com o sobrinho de Domingos sênior, Sargento-Mor Manoel Peixoto da Silva Távora, sesmeiro, natural da Freguesia de Távora (Santa Maria), Concelho de Arco de Valdevez, Distrito de Viana do Castelo, Portugal, e tiveram quatro filhas, quais sejam Isabel da Silva Távora, Teresa de Jesus Maria, Maria Francisca Peixota (álibi Maria d´Afonsequa) e Ana Maria de Jesus (álibi Ana Maria Peixota), iniciando a Família Távora.
2. Isabel Eça, filha exposta da qual não se possui, ainda, informações ou documentos que revelem seu destino.
3. (Manoel) Diógenes Paes Botão, Alferes (equivalente ao posto de Segundo-Tenente), político (foi vereador e Presidente da Câmara Municipal de Icó), é o primeiro desta linhagem a receber o nome Diógenes, sendo o patriarca da Família. Nasceu por volta do ano de 1698, e foi batizado na Capela de Gonçalo do Potengi, no Rio Grande do Norte, segundo Certidão de Batismo encontrada nos Livros Eclesiásticos desta Freguesia. Então, casou-se com Antônia da Rocha Tavares, álibi Antônia da Purificação, filha mais velha de Luís Paes Botão, natural do Reino de Angola, e Josefa Ferreira da Rocha Tavares, natural do Icó, e tiveram três filhos, além de uma “filha exposta”, chamada de Luiza de Melo Rocha. Diógenes faleceu em 14.08.1769 na freguesia do Icó, sendo sepultado na Igreja Matriz N.Sª. da Expectação.
Os Filhos de (Manoel) Diógenes Paes Botão e Antônia da Purificação:
3.1. Diogo Diógenes Paes Botão, pelo que registrou Plínio Diógenes Botão (Genealogia das Famílias Távora, Diógenes e Pinheiro), exerceu a função de Juiz de Paz em Icó, tendo emigrado, posteriormente, para Aquiraz/CE, onde ocupou a sesmaria requerida pelo avô (Domingos sênior) no lugar denominado Rio Mal Cozinhado. Não há notícias de casamentos e/ou filhos.
3.2. Luiza de Melo Rocha, filha exposta, álibi Luiza da Rocha Tavares, nascida na freguesia do Icó e casou-se com Manoel da Silva Monteiro, de Pernambuco.
3.3. Capitão Cosme Diógenes Paes Botão: há poucos registros sobre ele. Viveu com Maria dos Prazeres, que a tradição oral diz ser oriunda da família Saldanha. Cosme e Maria tiveram um filho natural, Bernardo da Costa Pereira, que se casou com Joana da Silva em 26.11.1772 (nesta data, Cosme já era falecido). Interessante que a noiva de Bernardo, Joana da Silva, era filha exposta de Luiza de Melo Rocha e Manoel da Silva Monteiro.
3.4. Cel. Domingos Paes Botão (segundo), nascido na freguesia do Icó, Coronel de Cavalaria do Icó/CE, participou de vários conflitos que serão detalhados posteriormente, após a finalização das pesquisas. Casou-se em 23.09.1778 com Teresa de Jesus Maria, egressa de Pernambuco e sua prima legítima, filha de sua tia paterna homônima, Teresa de Jesus Maria, casada com o Licenciado Miguel da Silva, este da família Saldanha. Durante o seu matrimônio com a prima, Cel. Domingos Paes Botão (segundo) manteve um concubinato com uma índia do Ceará, possivelmente da tribo Tapuia, chamada Narcisa Dias, com quem teve um filho natural chamado de Quirino de Oliveira. Chama a atenção, Augusto Lima, que, possivelmente, seja este relacionamento de Domingos com uma índia que tenha originado a lenda da Índia Antônia da Purificação, uma vez que a tradição oral tenta melhorar a imagem familiar, pois, naquela época, havia mais status em se casar com índia do que com mulata, filha de escravo alforriado.
Os filhos de Domingos Paes Botão (segundo) e Teresa de Jesus Maria:
3.4.1. Damião Diógenes Paes Botão: não há registros sobre ele.
3.4.2. Maria Paes Botão casou-se com Manoel Antônio Pinheiro, o Manoel das Maretas, irmão de Francisca Maria das Chagas de Jesus, esposa de Domingos Paes Botão Junior (terceiro).
3.4.3. Cosme Diógenes Paes Botão Sobrinho: não há registros sobre ele.
3.4.4. Antônio Paes Botão: o único registro é de seu nascimento, em 16.02.1779..
3.4.5. Capitão Domingos Paes Botão Júnior (terceiro) casou-se com Francisca Maria das Chagas de Jesus, filha de Manoel Pinheiro Landim e de Rita Francisca da Conceição. Domingos (terceiro), logo, era cunhado duplamente de Manoel Antônio Pinheiro, este apelidado de Manoel Antônio das Maretas, pois este, além de ser irmão da mulher de Domingos, também era casado com sua irmã, Maria Paes Botão.
Os filhos de Domingos Paes Botão Júnior (terceiro) e Fca. Maria das Chagas de Jesus:
3.4.5.1. Antônio Paes Botão (sobrinho): a única informação é que morreu solteiro (inupto) em Poço dos Dantas, no Estado de Pernambuco.
3.4.5.2. Joaquim Supriano Paes Botão, a única informação sobre Joaquim é que se casou três vezes no Apodi/RN, deixando grande prole naquela região.
3.4.5.3. Manoel Diógenes Paes Botão, que casou com Joaquina da Silva Saldanha, filha de Domingos da Silva Saldanha e Maria Rosa Cândida de Miranda. Não há registros acerca da vida de Manoel Diógenes.
Os filhos de Manoel Diógenes Paes Botão e Joaquina Saldanha:
3.4.5.3.1. José Osório Paes Botão, casado c/ Carminda Rosa Botão, com 8 filhos;
3.4.5.3.2. Vasco Diógenes Botão, casado c/ Bela Rosa Botão, com 4 filhos;
3.4.5.3.3. Ovídio Diógenes Paes Botão, inupto;
3.4.5.3.4. Deodato Diógenes Paes Botão, casado c/ Santana Rosa Botão, com 9 filhos;
3.4.5.3.5. Idalina Rosa Botão, casada c/ Clementino Rodrigues Pinheiro, com 7 filhos;
3.4.5.3.6. Liberata Rosa Botão, casada c/ Cândido Rodrigues Pinheiro, com 6 filhos;
3.4.5.3.7. Francisca Rosa Botão, casada c/ Luis Cornélio Paes Botão, com 5 filhos;
3.4.5.3.8. Josina Rosa Botão, casada c/ Apolitano Diógenes Paes Botão, c/ 12 filhos;
3.4.5.3.9. Marota Rosa Botão, casada c/ Francisco Carlos da Silva Saldanha, c/ 5 filhos;
3.4.5.3.10. José Diógenes Paes Botão, casado c/ Cosma Rosa Botão, esta filha de Domingos da Silva Saldanha e Maria Rosa Cândida de Miranda, com 6 filhos;
3.4.5.3.11. Napoleão Diógenes Paes Botão, casado c/ Cristina Fernandes Maia, esta filha de Diogo Alves Fernandes Maia e Carolina Gomes da Silveira (Mãe Calola), tronco comum da Família Maia.
Fontes:
LIMA, Francisco Augusto de Araújo. Famílias Cearenses 7 – IPUEIRAS dos TARGINOS, Ed. Artes Digitais, Ceará/2006.
BOTÃO, Plínio Diógenes. Genealogia das Famílias Távora, Diógenes, Pinheiro. Ed. OTS Gráfica. Ceará/2000.
Kennedy:
ResponderExcluirParabéns pela disposição, empenho, e beleza desta pesquisa; é um trabalho de imensurável valor...
Que possa você em sua conclusão publicar tais registros, em forma de livro, que nos enriquecem o conhecimento e acariciam o coração.
Que Deus o abençoe sempre. Fênix (uma agregada da família Diógenes, com muito amor).
Kennedy. Parabéns mesmo pela disposição e bom trabalho. Nunca imaginei que um dia iria saber mais sobre a origem dos Diógenes. Meu pai foi em 2008 para a convenção dos Diógenes no RN e deu 400 pessoas, sendo que da minha família, que tem mais de 100, só foi ele. Somos dos Diógenes de Mossoró, sendo que meu avô é de Pereiros-CE. Vamos conversar mais.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa e pesquisa. Meu pai está escrevendo um livro sobre a família Diógenes, está trabalhando feito um louco e estamos atrás de qualuqer informação sobre a família. Se você quiser ficar sabendo de algo pode me passar um e-mail. Gostaria de saber tbm se você tem mais pesquisas sobre a família. Obrigado
ResponderExcluirjuniorguima126@hotmail.com
Parabens pelo seu trabalho cara.Sou dos Diógenes daqui de Fortaleza e Jaguaribe, ja vi a árvore geneologica uma vez, minha avó tem um docie sobre a família, lá temum monte de coisa, qualquer coisa tem mando, vlw
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! Não sou da família Diógenes, sou da família Botão e estou pesquisando sobre minha família. Você sabe dizer se foi aí que o sobrenome Botão entrou no Brasil?
ResponderExcluirObrigada
PARABENS PELO SEU TRABALHO, MORO EM S.PAULO,TAMBEM SOU DIOGENES,MEUS AVOS PATERNOS SAO DE FORTALEZA-CE.
ResponderExcluirPAULO DIOGENES
Parabens Kennedy pela iniciativa.
ResponderExcluirVilmar Botão
Radialista
Senador Pompeu Ceará
Meu sobrenome é Diógenes, Mas devido descedente de Joaquim Diógenes, de Colinas -MA
ResponderExcluirSou da familia Diórgens de Colinas MA
ResponderExcluirMeu sobrenome é Diógenes, Mas devido descedente de Joaquim Diógenes, de Colinas -MA
ResponderExcluirsei quanto é dificil ter um número real ou reunir em uma confraternização um número concideravel de membros de nossa família , mas me sinto orgulhoso em saber que nossas origens estarão vivas e muito fortes.valeu/
ResponderExcluirGostaria de saber onde encontro os originais supra citado. ATT Normando Lucena.'.
ResponderExcluirDIA 12 DE OUTUBRO ENCONTRO DA FAMÍLIA EM IRACEMA-CE
ResponderExcluirManoel Diógenes Paes Botão e sua mulher Antonia da Rocha Tavares, em 27 de janeiro d 1737, na igreja de Nossa Senhora da Expectação do Icó, foram testemunhas de casamento de Isidória de Brito Maciel(filha de Pascoal de Brito Maciel Junior e de Cecília Joaquina da Fonseca Ferreira, natural da Vila de Penedo, Alagoas) e Francisco de Freitas Araújo, natural de Mamanguape, Paraíba. Cecília Joaquina da Fonseca Ferreira era filha do sesmeiro João da Fonseca Ferreira, que envolveu-se diretamente na guerra entre os Montes e a família Feitosa.
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