domingo, 21 de março de 2010

Foto de Família - Década de 1950.

Por Licurgo Nunes Quarto

Figuram, na foto acima, os seguintes parentes, da esquerda para a direita:

Na 1ª Fila: Aldair Diógenes Fernandes (Tio Dadá), Cristina Diógenes Nunes, Maria Alzir Diógenes (Tia Zizí), Maria Da Conceição Diógenes Nunes (a criança ao Lado de Mª Alzir), e Licurgo Nunes Terceiro;

Na 2ª Fila: Licurgo Nunes Júnior, Francisco Sebastião Diógenes (Seu Chiquinho), Maria Cristina Diógenes Nunes, Alzira Fernandes Diógenes (Vovó Alzira), Maria Elisa Fernandes (Mãeinha, mãe de Alzira Fernandes Diógenes) e Lafayete Diógenes Neto (Diosneto).

Na 3ª Fila: Licurgo Nunes Quarto e Severina Chaves Filha (Ceci), que, depois de casada, adotou o nome de Severina Chaves Diógenes Macêdo.

A propósito de Mãeinha, segue o texto abaixo, também de Licurgo Nunes Quarto.


MÃEINHA


MARIA ELISA FERNANDES, conhecida por “Mãeinha”, filha mais velha de Rufino Martins Ribeiro (31/07/1855 – 26/O7/1945) e de Joana Evangelista Fernandes Maia – Mãe Joaninha - (1856 – 07/07/1938).

Nasceu a 09 de julho de 1877, na Fazenda Maniçoba, pertencente aos seus pais, localizada no Município de Marcelino Vieira – RN, e faleceu em Natal, Capital do Estado do Rio Grande do Norte, a 28 de dezembro de 1964, com 87 anos de idade.

“Maria, a filha mais velha, Professora diplomada na Escola de latim fundada pelo Professor Gervásio Fernandes Bonavides, em Martins, conhecia bem a letra do legendário Tio Childerico...” ( Calazans Fernandes, em “O Guerreiro do Yaco, págs. 36 a 37 ).

Casou-se com Pedro Antonio Lopes, que era filho de Antonio Lopes da Serrinha e Hercolana Maria Lopes de Jesus.

Com pouco tempo de casados, Pedro Lopes deixa a mulher, Elisa, e a filha única, Alzira, recém-nascida, em Pau dos Ferros e segue para a Amazônia em busca de novos horizontes - trabalhar no seringal; na extração do látex extraído da seringueira, fonte para a produção da borracha natural – e à época a produção de borracha na Amazônia se vislumbrava como o novo eldorado, para onde muitos nordestinos se dirigiram em busca de novas perspectivas de vida.

Como a medicina ainda era exercida de maneira muito embrionária, associada às condições inóspitas da região, houve o aparecimento de várias doenças – como a malária – que matou inúmeras pessoas que por lá trabalhavam. E Pedro Lopes foi uma dessas vítimas.

“O povo tem razão em propalar as faculdades premonitórias de meu pai Rufino. Ele vê onde outros não vêm nada. No mesmo dia, mês e ano que Pedro Lopes, marido da filha Mãeinha, minha irmã mais velha, residente em Pau dos Ferros, acabava de falecer no seringal da Amazônia, um vulto apareceu ao meu pai no canavial da Maniçoba, para dar ciência da própria morte, ocorrida às 6 horas daquele pôr-do-sol, e pedir que informasse imediatamente à família. Meu pai fez como a aparição pediu. Somente um mês depois chegou a comunicação formal da morte do genro...” ( Calazans Fernandes, em O Guerreiro do Yaco, págs. 187 a 188 ).

Com a infausta noticia da morte do marido, Maria Elisa voltou a morar, com a filha menor, Alzira, na Fazenda Maniçoba na companhia dos seus pais Rufino/Joana e demais irmãos. Alzira, então, passou a conviver com a mãe, os avós, tios e tias.

Quando Mãeinha e Alzira chegaram na Fazenda Maniçoba, e com o desenvolver da criança, esta chamava a mãe Elisa de mãe, bem como se referia à avó Joana também de mãe, pois esse era o tratamento que ela ouvia quando as tias chamavam a mãe.

Estabeleceu-se então um acordo – por sugestão da avó Joana – de que, quando Alzira se referisse a Elisa, a chamaria de Mãeinha, e, por sua vez, quando falasse com a avó Joana, a trataria de Mãe Joaninha. Surgiram, daí, os termos “Mãeinha” e “Mãe Joaninha” que todos os descendentes tão bem conhecem.

Conviveram na citada fazenda até o dia 28 de novembro de 1914, quando, em grande festa na casa grande da Maniçoba, Alzira, com 16 anos de idade (nascida a 19 de novembro de 1898), casou-se com Lafayete Diógenes Maia, com 20 anos de idade, pois nasceu a 02 de setembro de 1894.

Transcrição “ipsis litteris” do Registro de Casamento Civil, livro II, fls. Nº 146v a 147 do Cartório de Registro Civil da Comarca de Pau dos Ferros – RN:

“Termo de Casamento. Aos vinte e oito dias do mês de Novembro de mil novecentos e quatorze, neste Sitio Manoçoba, districto Judiciário de Pau dos Ferros, na caza de residência do Capitão Rufino Martins Ribeiro, onde se achava o primeiro Juiz Districtal Francisco Rodrigues da Silva, por impedimento do Doutor Juiz de Direito da Comarca, ahi prezentes, o mesmo Juiz comigo Official effectivo e as testemunhas Domingos Diógenes e Ildebrando Diógenes Maia, a meia hora da tarde receberam-se em matrimônio LAFAYETE DIOGENES MAIS, filho legíptimo de Napoleão Diógenes Paz Botão e Chistina Fernandes Maia já falecida, solteiro, creador, com vinte annos de idade, e ALZIRA FERNANDES DA SILVA, filha legíptima de Pedro Antonio da Silva, já falecido, e de Maria Elisa Fernandes, solteira, com dezesseis annos de idade. Em firmeza do que eu, Francisco Rodrigues Fernandes, lavrei este acto que vai por todos assignados. (aa) Francisco Rodrigues da Silva, Lafayete Diógenes Maia, Alzira Fernandes da Silva, Domingos Diógenes de Carvalho, com 31 annos, casado rezidente neste município, Ildebrando Diógenes Maia, com 30 annos, creador residente Coito do Estado do Ceará”.

O Casal recém-formado foi residir na fazenda Melancia, localizada no Ceará e pertencente ao noivo Lafayete.

No dia seguinte à chegada na Fazenda Melancia, e ao constatar que Alzira não tinha a menor aptidão para as lides domésticas, sobretudo culinária, Lafayete, aproveitando a equipe de moradores e animais de Rufino que havia ido deixá-los na Melancia, e que ainda permanecia lá, mandou que voltassem à Fazenda Maniçoba, levando uma carta sua para o Rufino, avô de Alzira, onde relatava a necessidade de Maria Elisa ir morar com eles na Melancia, a fim de ensinar a Alzira as tarefas inerentes a uma dona de casa.

E assim foi feito. Maria Elisa foi para a fazenda do genro, e passou o resto da sua vida na companhia da filha, até que faleceu, em Natal, a 28 de dezembro de 1964, com 87 anos de idade.

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