sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Causos de Pipiu Diógenes"


Por Licurgo Nunes Quarto

“Pipiu Diógenes” (Napoleão Diógenes Fernandes), agropecuarista e Funcionário da Agência dos Correios e Telégrafos de Pau dos Ferros, estava sentado à sua calçada, à tardinha, quando viu que “Pedro de Nicolau”, um seu compadre e vizinho de propriedade, caminhava apressadamente em direção ao Quartel de Polícia.

Sabedor de que o referido compadre tinha um filho meio “trabalhoso” e percebendo a agitação que tomava conta do pai aflito, não se conteve e gritou: “Compadre Pedro, o que está ocorrendo?” O amigo se aproximou e contou: “Compadre Pipiu, é que o meu filho se meteu em uma briga lá na Praça da Matriz e foi preso. O que é que eu faço? Estou desesperado”. Pipiu, do alto da sua sapiência, e querendo ajudar ao compadre preocupado, disse: “Olha compadre, não sei se é verdade, mas, o que dizem por aí é que, com qualquer dez reais o delegado solta na hora”. “É mesmo compadre Pipiu?”, exclamou o pai angustiado. “Então vou lá agora”. Pipiu, depois de orientar como proceder, ficou na maior expectativa para saber o resultado. Meia hora depois, lá vinha o compadre “Pedro de Nicolau” de volta, trazendo o filho ao lado. Pipiu, sem conter a ansiedade, foi logo perguntando, sem deixar nem que o referido compadre se aproximasse: “E aí, Pedro, ‘dezzinho’ mesmo?” “Que nada compadre” – respondeu Pedro – “com ‘cinquinho’ mesmo eu resolvi”.

Outra com Pipiu:

Cansado de chegar à sua Fazenda “Melancia” e encontrar embriagado um seu trabalhador rural, conhecido por “Chico de Zé Quileto”, Pipiu Diógenes lançou um “ultimatun” ao operário: “Chico de Zé Quileto, da próxima vez que eu chegar aqui e lhe encontrar bêbado, não tem conversa; eu lhe dispenso; mando-lhe ir embora”. “Tá certo, Senhor Pipiu, o senhor tem razão”, concordou o infeliz morador.

Na semana seguinte, ao chegar à propriedade rural, Pipiu percebeu, de longe, que Chico estava “melado” novamente. “Ah, meu Deus do Céu! Olha só Araní, lá está Chico bêbado de novo”. “ Araní, hoje ele vai embora”. “Chiiiico, venha cá, você tá bêbado outra vez?” “O que foi que eu lhe disse?” “’Mas’ seu Pipiu, eu não ‘tô bebo’ não”, retrucou o pobre coitado. “Tá não, é? Então faça um quatro aí, com as pernas, prá ver se consegue”, desafiou o patrão. “Mas, Seu Pipiu”,(retrucou Chico), “se eu sou ‘anarfabeto’, como é que eu vou fazer um quatro”.

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